“From fossil to forest” é a assinatura que acompanha o lançamento da nova linha de negócio de produtos de packaging da The Navigator Company. Com a marca gKraft, em que o "g" significa "green" (verde), o grupo pretende contribuir para acelerar a transição do uso do plástico para a utilização do papel, e por isso lançou a nova linha a 1 de novembro, data em que entra em vigor a legislação portuguesa que proíbe os plásticos de utilização única.

gKRAFT Navigator© The Navigator Company

O conceito reflete o “propósito de criação de valor sustentável para os seus acionistas e para a sociedade como um todo”, refere o grupo, sublinhando que pretende reforçar a sua posição no combate às alterações climáticas através da oferta de soluções sustentáveis e amigas do ambiente. Assim, a gKraft revela-se como “a” solução que garante a redução do recurso a materiais de origem fóssil, como é o caso da generalidade do plástico, optando por materiais de base renovável e biodegradável a partir da floresta - “From Fossil to Forest” – permitindo assim a construção de um futuro sustentável.

A designação da marca, gKfraft, utiliza o termo “Kraft” que significa “força” e “poder” e remete para o processo de fabrico utilizado pela Empresa, no qual as fibras obtidas têm melhores propriedades mecânicas e maior resistência. Além disso, o significado da letra “g” em gKraft” remete para globulus (a espécie do eucalipto utilizado na produção do papel), mas também para as várias características que definem este novo produto – good, green, game changer, guaranteed results, growth –, e que fazem com que esta solução de packaging cumpra todos os requisitos de sustentabilidade.

O posicionamento

As novas soluções de embalagem são adaptadas às necessidades específicas do mercado de packaging, com especial incidência nos segmentos industrial e retalho, nomeadamente, alimentar, restauração, farmacêutico, vestuário e cosmética.  

A marca gkraft agrega três submarcas dirigidas a necessidades específicas do mercado: a FLEX foi pensada para o desenvolvimento de embalagens flexíveis destinadas à indústria alimentar, restauração e comércio farmacêutico; a BAG destina-se a embalagens para produtos de retalho (usada já por grandes marcas internacionais como a Zara, Victoria Secret, Desigual, Nike, Museu Cristiano Ronaldo ou Real Madrid, que adotaram o papel Navigator para os seus sacos de papel, contribuindo para o combate à utilização de plástico de uso único); por último, a BOX (focada em papel para caixas de cartão canelado) está indicada para embalagens de maior resistência destinadas à indústria e ao retalho, nomeadamente ao retalho alimentar, onde a necessidade crescente de embalagens shelf-ready, nomeadamente em ambientes refrigerados, com impressão de alta qualidade para atrair consumidores e diferenciar as marcas da concorrência, é hoje fundamental.

Para além de providenciar embalagens mais leves e com a mesma resistência, a nova gama de papéis para embalagem é, também, mais segura e higiénica para o contacto com a pele e alimentos, nomeadamente por comparação a papéis reciclados que, pelo facto de conterem químicos nocivos, viram já o seu uso ser interditado em alguns países europeus sempre que existe contacto direto com alimentos. De notar que a The Navigator Company assegurou a aprovação dos papéis para contacto alimentar junto do ISEGA, instituto alemão de certificação de produtos de embalagem, bem como junto do InnovHub em Milão, garantido a máxima segurança dos seus produtos para a indústria alimentar – sendo usados, por exemplo, na produção de caixas para pizza -, elaborados a partir de fibra virgem e, nessa medida, sem riscos de contaminação.

Apesar de já produzir papéis para embalagem há quase vinte anos, a The Navigator Company aproveitou o período de pandemia para levar a cabo um vasto programa de investigação, desenvolvimento e inovação, liderado por uma equipa multidisciplinar, suportada pelo RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta do Papel, em que se tirou partido da especificidade da estrutura molecular e da morfologia das fibras de Eucalyptus globulus para o desenvolvimento de materiais papeleiros resistentes e sustentáveis, alternativos ao plástico de uso único, e mais seguros e higiénicos para a indústria alimentar. O projeto está a gerar um novo portefólio de patentes, uma das quais já submetida para publicação em junho. Além desta, estão a ser desenvolvidas outras duas patentes, uma em fase avançada de preparação e outra ainda em fase experimental.

Selo de qualidade

A nova marca disponibiliza um selo de qualidade que poderá ser aplicado por todos os produtores que usarem o papel gKraft como matéria-prima, permitindo que as diferentes entidades parceiras fiquem elegíveis para futuras iniciativas da marca. O selo é a garantia que a embalagem utiliza o papel e os benefícios associados ao mesmo.

Este selo de qualidade é, no fundo, uma garantia única para o consumidor final pois assegura que o produto que está a utilizar, sendo uma solução natural, reciclável e biodegradável, contribui para o aumento da fixação de carbono, produção de oxigénio, proteção da biodiversidade, fertilização do solo e para o combate às alterações climáticas. Esta chancela garante também que os produtos não têm incorporação de fibras recicladas, sendo, portanto, isentos dos contaminantes que lhe estão associados, e por isso garantidos para contacto com alimentos.

O vídeo de apresentação da nova marca pode ser assistido aqui.

Há vantagens na utilização do eucalipto?

Ao contrário do que até aqui se conhecia, o Eucalyptus globulus surge como uma matéria-prima muito adequada para distintos tipos de embalagem de papel. Segundo a fabricante, poucas são as espécies florestais, se alguma, com a versatilidade e capacidade de exponenciar a qualidade de papéis tão diversos, como os higiénico-sanitários, impressão e escrita, decor, especiais para uso em filtros, sacos de chá, e agora também no segmento de embalagem,

A utilização da fibra virgem do Eucalyptus globulus, obtida em florestas geridas de forma responsável e devidamente certificadas, vem potenciar o uso eficiente de recursos numa lógica de “More With Less”, o que permite que os mesmos metros quadrados de área florestal deem origem a mais metros quadrados de sacos ou caixas de papel. Tal é possível não só pelo facto da produtividade florestal do eucalipto ser superior à do pinheiro nórdico – cinco a sete vezes superior –, mas também por exigir menor quantidade de madeira de eucalipto para a mesma quantidade de papel, além de apresentar maior rotatividade e, assim, contribuir para maximizar a captação de dióxido de carbono na mesma área.

Dada a sua morfologia, esta espécie de eucalipto é, também, reconhecida por potenciar mais ciclos de reciclagem, apresentando uma taxa de reciclabilidade muito superior face a outras fibras papeleiras, sendo, por isso, mais sustentável, tal como foi demonstrado em diversos estudos laboratoriais desenvolvidos em universidades japonesas e portuguesas e, também, pelo RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel.