A Tetra Pak deu início à campanha "Vamos alimentar o futuro", que propõe quatro alavancas para a redução do desperdício alimentar.

Para isso são necessárias, diz a fabricante, soluções tecnológicas e de embalagem que prolonguem o prazo de validade dos alimentos, parcerias estratégicas, sensibilização para o consumo responsável e mais cooperação público-privada.

Estima-se que mais de 12% da população portuguesa sofra de insegurança alimentar moderada ou severa (Estado da segurança alimentar e nutrição no mundo 2023”. Relatório FAO 2023). No entanto, em 2021, 1,8 milhões de toneladas de alimentos foram desperdiçados (Desperdício alimentar e Elos da cadeia de abastecimento alimentar. INE. 2023).

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12.3 da Agenda 2030 da ONU estabeleceu a redução para metade do desperdício alimentar per capita, ao nível do retalho e consumo, e a redução do desperdício alimentar ao longo das cadeias de produção e de abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita. "Com uma presença em mais de 160 países e um vasto conhecimento das cadeias de valor alimentar, o papel da Tetra Pak na mitigação do desperdício pode fazer a diferença, e estamos empenhados em ajudar a promover a mudança para sistemas alimentares mais seguros, sustentáveis e resilientes através da nossa experiência e capacidades", afirma Ramiro Ortiz, Diretor Geral da Tetra Pak Iberia. Como tal, a campanha "Vamos alimentar o futuro" centra-se em quatro áreas principais como motor da mudança para ajudar a reduzir o desperdício alimentar:

1. Soluções de embalagem e tecnologia que prolongam o prazo de validade dos alimentos e reduzem o desperdício no processo de produção. Com as suas soluções de embalagem assética, a Tetra Pak diz assegurar uma distribuição mais alargada de alimentos perecíveis sem a necessidade de refrigeração, reduzindo as perdas durante o transporte e armazenamento. Além disso, a vasta gama de formatos de embalagens adapta-se às preferências dos consumidores e ajuda a evitar o desperdício alimentar. Outro vetor passa pela melhoria dos processos, como por exemplo a utilização do grão de cerveja usado através do processo de esterilização patenteado pela Tetra Pak, que permite a sua transformação noutro ingrediente para aplicações alimentares adicionais, como o leite vegetal ou o pão.

2. Colaboração com parceiros estratégicos e investimento em tecnologias que permitem otimizar os recursos e convertam os fluxos secundários da produção alimentar em ingredientes de valor acrescentado. Visa valorizar as matérias-primas e os resíduos de produção atualmente desperdiçados. Por exemplo, a colaboração com a EnginZyme permitiu a transformação do soro acidificado, um subproduto da produção de queijo, utilizando um sistema de enzimas inteligente que implica um consumo de energia significativamente menor. Outro exemplo seria a combinação de sistemas de filtração e purificação de água procedente da produção de queijo, que reduz os efluentes residuais e aumenta a eficiência produtiva da fábrica.

3. Sensibilização para o consumo responsável. A Tetra Pak desenvolve programas educativos e de sensibilização sobre o impacto do desperdício e disponibiliza aos consumidores ferramentas práticas para contribuir para a sua redução em casa. Como parte do seu programa interno "Experiência Alimentar", a Tetra Pak estabeleceu objetivos ambiciosos para reduzir o desperdício alimentar nas suas próprias instalações em 50%, até 2030, bem como da promoção do consumo responsável entre os seus colaboradores. Propõe ainda substituir a referência "consumir até” por "consumir de preferência antes de” para produtos não tão perecíveis, como os laticínios.

4. Mecanismos políticos e sistemas de financiamento para apoiar a iniciativa industrial. Neste domínio, é necessária uma maior cooperação público-privada, diz a Tetra Pak, que propõe que as políticas de combate ao desperdício alimentar considerem a definição de metas e objetivos exequíveis para os agentes privados, bem como intervenções direcionadas para as fases mais críticas das cadeias de valor alimentar e das regiões. Na mesma linha, seria importante considerar um regime fiscal especial que promovesse a redução do desperdício alimentar e incentivasse boas práticas como a doação de alimentos, melhorias tecnológicas ou a reutilização de matérias-primas.

"Para travar este problema, tanto o setor público como o privado desempenham um papel fundamental e são necessários esforços em toda a cadeia de valor alimentar, incluindo os consumidores. Estamos empenhados em trabalhar em parceria com todos os intervenientes para conseguir uma mudança significativa e duradoura em Portugal. Juntos, podemos alimentar um futuro mais sustentável para todos", sublinha Ramiro Ortiz.