Mais de mil pessoas assistiram à Plastics Summit - Global Event 2022, que decorreu na Feira Internacional de Lisboa, para debater um futuro mais sustentável para a indústria dos plásticos.
Da cimeira internacional resultou uma Declaração de Compromisso que contou com o envolvimento de mais de 80 entidades, com um conjunto de recomendações, compromissos e estratégias de ação na área legislativa dos produtos, no combate à poluição dos oceanos, rotulagem ambiental, neutralidade carbónica e combate às alterações climáticas.
O evento foi organizado pela Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP) com o apoio das suas congéneres de Espanha (ANAIP), Brasil (ABIPLAST/ABIEF) e México. Na abertura, Amaro Reis, Presidente da APIP, declarou: “Esperamos que este evento seja o início da cooperação entre todas as partes”.
Com mais de 30 oradores, nacionais e internacionais, estiveram representadas a sociedade civil, organizações não governamentais, e ciência, numa série de painéis de debate, onde se partilharam ideias, diferentes visões e soluções.
“O plástico deve ser visto como um ativo e não como uma fraqueza”, sendo um material que deve ser melhorado para deixar uma marca positiva no ambiente, recordou Rita Marques, Secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços.
Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC, comentou que “é importante que a flexibilidade e resiliência do plástico seja equacionada na sociedade”, sendo necessário aumentar a circularidade, recorrendo ao eco design e a práticas de gestão por parte de uma cadeia de valor que é complexa e que envolve todos os setores.
Carolina Gregório, em representação da Dow Chemical, abordou a reciclagem, sublinhando que nenhuma tecnologia atual é a resposta para todas as questões, sendo necessário tomar medidas para incentivar a reciclagem.
Virginia Janssens, Diretora Executiva da Plastics Europe, é da opinião de que as decisões em Bruxelas devem ser mais ágeis e dinâmicas, e Jorge Moreira da Silva, Chairman da Plataforma para Crescimento Sustentável, sublinha que a tributação, como a criada para a utilização de sacos plásticos, deveria ser utilizada para recompensar o consumidor, como forma de incentivo à adoção de comportamentos mais ecológicos.
“Gerir a complexidade é a chave”, refere Joan Marc Simon, Diretor da Zero Waste Europe. “Necessitamos ter o ciclo de vida dos materiais por base, mas também necessitamos da emoção, pois a ciência consegue explicar praticamente tudo. Não vamos produzir plástico só porque sim. Devemos fazê-lo para lhe dar a melhor utilização.”
A poluição dos oceanos, formas de evitar alegações ambientais e o roteiro da indústria dos plásticos para a descarbonização foram os grandes temas em debate.
Pedro Paes do Amaral, Diretor do Plastics Summit Global Event, e Vice-Presidente Executivo da APIP, considera que “o Plastics Summit Global Event 2022 foi um verdadeiro sucesso na afirmação do setor dos plásticos enquanto elemento-chave no processo para a descarbonização, regulamentação ambiental e na promoção da saúde planetária.
O evento permitiu sinalizar Lisboa e Portugal como o local onde foi realizada a maior conferência do mundo ao nível da sustentabilidade dos plásticos, com a participação de mais de mil participantes, incluindo “stakeholders” de toda a cadeia de valor do setor, bem como representantes da sociedade civil, ciência e inovação e poder político. Foi possível neste evento obter convergência entre as diferentes visões e apresentar soluções abrangentes, que irão permitir criar um futuro mais circular e sustentável, onde os plásticos serão parte integrante da solução.”
A cerimónia contou com a presença da Secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques e do Secretário de Estado do Ambiente e Energia, João Galamba e Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, no encerramento.
Consulte aqui a Declaração de Compromisso da Indústria dos Plásticos.