A indústria do alumínio em Portugal lança o primeiro ciclo de vida útil do alumínio desenvolvido 100% em fronteiras portuguesas, desde a reciclagem da matéria-prima ao produto final.

Estão também a ser realizados testes com hidrogénio em substituição ao gás natural, rumo a um futuro mais sustentável.

A produção de alumínio primário na China, resulta na libertação de 20 quilos de CO2 por quilo de alumínio produzido. Através da produção do alumínio com recurso à reciclagem é possível libertar 0,5 quilos de CO2 por quilo de alumínio produzido, sem que este perca as suas características. Com o ciclo de vida do alumínio totalmente desenvolvido em Portugal, torna-se possível retirar o alumínio de um produto e reutilizá-lo. O objetivo é tornar as empresas sustentáveis através da reciclagem do material e entregar à extrusão, isto é, a técnica que permite moldar o alumínio de qualquer forma, a matéria-prima proveniente da reciclagem e, com isto, fechar o ciclo.

Rui Abreu APALRui Abreu

A introdução das novas tecnologias como o hidrogénio contribuirá para a diminuição da quantidade de CO2 libertada durante todo o ciclo de vida do alumínio, ao alimentar de forma otimizada todo o processo de derreter o material, ir para extrusão e produzir um material 100% reciclável, sem perder as características.

São vários os estágios de transformação que o ciclo de vida do produto do alumínio apresenta através da reciclagem desde a sucata ao produto final. O desenvolvimento do ciclo de vida totalmente fechado em Portugal permite às empresas do avaliar o impacto ambiental dos produtos durante toda a sua vida útil e do seu investimento, desde a matéria-prima até à fase final.

O Presidente da Associação Portuguesa de Alumínio, Rui Abreu, salienta que «a preocupação com o impacto ambiental e tornar os processos mais sustentáveis levou a que a indústria encontrasse soluções que respondessem a essa preocupação que passa por reciclar o máximo possível o material do mercado e entregar à extrusão a matéria-prima proveniente da reciclagem e, assim, fechar o ciclo. É um método que favorece, agora, o surgimento de uma verdadeira economia baseada na circularidade e na sustentabilidade, em Portugal.»

A solução apresentada pela indústria que tem como base a extrusão torna possível realizar todo o ciclo de reprodução do produto final em território nacional, reduzindo, assim, a dependência de importações da Europa gerando um maior impacto na economia portuguesa.

A APAL - Associação Portuguesa do Alumínio, fundada em 1982, com sede em Aveiro, reúne a indústria de extrusão, anodização, lacagem e decoração do alumínio e ainda a indústria de lacagem do aço e procura promover o progresso e o desenvolvimento técnico das tecnologias do alumínio e do tratamento de superfície de metais.